Escola Humanizada
Quando
assistimos um filme de época, ou seja, principalmente os que retratam
a vida social de antes da metade do século vinte, muitas vezes nos escandalizamos
com o tratamento que era dado às crianças e jovens, tanto na família como
na escola. Consideradas meras miniaturas dos homens e mulheres, as crianças
eram espancadas, tinham de suportar metodologias educacionais torturantes,
eram subservientes ao pai, e as escolas não eram construídas para elas,
mais se assemelhando a verdadeiras prisões.
O tempo
passou, novas idéias surgiram, a sociedade mudou, criou-se a pedagogia
e, dizem, não há mais termos de comparação da atualidade com o passado.
Bem, não é tanto assim. Em alguns países europeus, às voltas com a violência
dentro da escola, estão sendo adotadas medidas coercitivas contra os alunos,
como proibição de celulares, detectores de metais, revistas nas mochilas,
policiamento ostensivo, vigilância com câmeras e, até mesmo, cogita-se
da volta da palmatória ou outro instrumento equivalente. Nos Estados Unidos
qualquer diretor de escola pode chamar a polícia para prender o aluno
que desacatar um professor ou desobedecer as normas escolares.
Aqui
no Brasil as coisas não estão muito diferentes. Violência na escola e
no seu entorno já nem dão mais audiência de tão comum o fato. Escolas
que verdadeiramente massacram seus alunos com estudos preparatórios para
os exames de toda ordem, destacando-se o Enem e o vestibular, fazem parte
do cotidiano do sistema de ensino, tanto público como particular, talvez
com mais intensidade neste último. Atividade
que provoque barulho em sala de aula é, para muitos diretores e coordenadores,
sinônimo de perda de autoridade por parte do professor.
E temos
também outras questões muito graves: autoritarismo da direção escolar,
melindres e desunião entre os professores, cobrança radical sobre os pais,
rotulagem sumária do aluno não enquadrado no sistema, tudo isso colaborando
para termos uma escola que na prática coloca-se distante do discurso pedagógico.
É por
tudo isso que sentimos a necessidade da humanização da escola. O diretor,
o professor, o funcionário, o aluno, o pai, a mãe, enfim, todos os que
estão envolvidos, direta ou indiretamente, no processo escolar, são humanos,
são gente. Possuem sentimentos e saber. Ninguém é objeto, ou número, ou
máquina.
Precisamos
tornar mais humanas as relações entre as pessoas e também as relações
pedagógicas. Um pouco de afetividade não faz mal a ninguém, pelo contrário,
sensibiliza o coração e faz com que entendamos que os problemas enfrentados
pela escola não têm solução na ação policial ou em atos de segurança institucional.
Ambiente
prazeroso onde todos podem desenvolver seu potencial é do que necessita
a escola, e não estamos falando apenas de ambiente adaptado para os alunos,
mas de ambiente prazeroso para todos, pois os que fazem da escola seu
ambiente de trabalho também necessitam ter prazer em ali estar.
Escola
humanizada não é sonho. Escola
humanizada é necessidade.
Entretanto, somente mudando as pessoas e os
modelos de gestão das mesmas poderemos mudar a instituição social chamada
escola.
Pensando nisso o Instituto Brasileiro de Educação Moral (IBEM) possui o Projeto Escola do Sentimento, que pode ser solicitado gratuitamente através do e-mail educacaomoral@educacaomoral.org.br.
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