quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Caminhos transformadores da educação

 
 
Existem muitos caminhos transformadores da educação e a questão não é dizer que esta ou aquela proposta é a ideal, é a correta. Se tomarmos esse caminho vamos nos fechar em posições entrincheiradas que acarretarão muitos males, e o progresso que se esperava realizar pode não acontecer.
 
Temos a certeza da necessidade da transformação, e vários modelos inovadores estão acontecendo pelo Brasil e pelo mundo, renovando o processo ensino-aprendizagem, as práticas pedagógicas, os conceitos e assim por diante. Não podemos afirmar que este modelo é superior àquele, ou que este é que deve ser seguido em detrimento de outros modelos.
 
Devemos alcançar a união de esforços, o respeito às ideias e práticas, mesmo que não concordemos com elas, mas sem perder a visão da necessidade de transformação.
 
Em nosso país temos vários modelos transformadores de sucesso na escola, como, por exemplo, o Projeto Âncora, com sede em Cotia/SP; temos igualmente a Emef Des. Amorim Lima, na capital paulista; a Escola da Serra, em Belo Horizonte/MG; o Centro Educacional Conhecer, na cidade de Leopoldina/MG, entre outras 178 escolas e organizações já reconhecidas oficialmente pelo MEC como inovadoras. Para conhecê-las clique no link http://criatividade.mec.gov.br/noticias/61-mec-reconhece-178-organizacoes-como-inovadoras-e-criativas-2
 
Entre os diversos modelos temos o Projeto Escola do Sentimento, com dois princípios basilares: desenvolvimento afetivo do educando e utilização do amor como base do processo de ensinagem (como cunhou o Prof. José Pacheco). 
 
Mais que transformação metodológico, pressupõe transformação de filosofia, de cultura, de práxis, levando os educadores a trabalharem a regra de ouro da educação: aprender a fazer ao outro somente o que gostaria que o outro me fizesse.
 
Esse modelo educacional é desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Educação Moral.
 
Acesse www.ibemeduca.com.br e conheça esse trabalho.
 
Aguardo seu comentário.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O livro e a educação do povo brasileiro

Pesquisas recentes nos entregam dois resultados alarmantes. A primeira pesquisa dá conta que, em média, o estudante universitário brasileiro, ao longo de um curso com quatro anos de duração, lê apenas um livro completo por ano, o restante dos estudos é feito com recortes do tipo copia e cola, com ampla utilização da internet, e também com a utilização de apostilas prontas entregues pelos professores.  Outra pesquisa, com universo mais amplo, mostra que o brasileiro é um péssimo leitor: não passa de três livros por ano. Bem, povo que não lê, que não estuda, não pode ter boa cultura e, portanto, boa educação.

Podemos lembrar aqui, corroborando os resultados dessas duas pesquisas, que boa parte das escolas brasileiras não possuem biblioteca e sala de leitura, e que também boa parte dos municípios brasileiros não possuem biblioteca pública. No Brasil o livro não é cultuado, a leitura não é incentivada, o conhecimento está em segundo plano. Temos que nos espantar com os males que afligem nossa sociedade, como, por exemplo, o analfabetismo?

Posso escrever tranquilamente sobre este assunto, pois sempre fui, desde minha adolescência, um leitor compulsivo de livros, formando uma boa biblioteca particular e preferencialmente presenteando familiares e amigos com livros. E como estou educador, lidando com professores e alunos, tenho experiência de sobra para afirmar que o problema é muito grave, tanto com as crianças, os jovens e os adultos.

Falar e escrever corretamente tem sido um desafio. Na internet, principalmente nas redes sociais, temos outra língua portuguesa, a língua das abreviaturas e adivinhações: vdd (verdade); tmj (tamo juntos!!!); blz (beleza) e por aí vai, além do uso de gírias. Contextualizar e interpretar textos? A maioria simplesmente não tem essa capacidade.

Precisamos trabalhar para reverter esse quadro. É tarefa da educação.

Pais e professores têm um imenso desafio pela frente.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Mentalidades, posturas e práticas

Uma professora, diante de texto apresentando a Escola do Sentimento, projeto esse que ajudei a desenvolver, exclamou, bastante sensibilizada: “Isto é maravilhoso, mas só consigo enxergar sua prática se for numa escola que está iniciando”. Ela, mesmo com boa vontade, não conseguia perceber que qualquer escola, seja púbica ou particular, seja de qual segmento de ensino for, seja qual for o tempo de existência que tiver, qualquer escola, pode iniciar, a qualquer tempo, o processo para implementação dos princípios, valores, filosofia e metodologia da Escola do Sentimento, que é um projeto pedagógico de escola inovadora, uma escola que equilibra o desenvolvimento cognitivo com o desenvolvimento moral do educando. Diante disso, cabe a pergunta: por que essa professora, e tantas outras, não consegue “enxergar” a renovação do ensino, da aprendizagem, da educação, na sua escola, na escola em que ela trabalha?

Buscando responder essa oportuna indagação, lembro que boa parte dos professores, e aqui falando mais especificamente daqueles que atuam na educação básica, compreendendo da educação infantil ao ensino médio, estão formados num modelo de ensino-aprendizagem em que o professor dá aula e o aluno se esforça por aprender; onde tudo está compartimentado: aula de língua portuguesa, aula de matemática, aula de história e assim por diante; onde as avaliações são meramente quantitativas através de provas, seminários, trabalhos escritos e notas. Nesse modelo, pouco participativo, bem pouco integrativo dos agentes educacionais, que perdura nas escolas desde a primeira metade do século dezenove, o engessamento das ideias e das práticas leva o professor a não conseguir sair de uma rotina que lhe foi ensinada e que lhe é exigida na prática escolar. Diante disso, ele tem muita dificuldade de “enxergar” e compreender o novo, que ele pode fazer diferente, o que o leva “a priori” a rejeitar o que sai da sua zona de conforto, da sua rotina.

Somemos a isso a falta de visão dos pais e responsáveis, que estudaram, em seus tempos de alunos, em escolas no mesmo modelo, no mesmo padrão e que, portanto, não conseguem agora compreender como pode existir uma escola em que o professor não dá aula, em que a avaliação do seu filho não é feita por prova e nota, em que não existe dever de casa, e em que ele, pai ou responsável, pode participar, pode opinar, pode acompanhar as atividades do seu filho, agora um aluno como ele já foi no passado. Sofre o professor, portanto, essa pressão que acaba reforçando sua tendência a não inovar, a não fazer diferente, apesar dos péssimos resultados que sua escola produz, haja vista os baixos índices nas provas nacionais de avaliação; apesar do alto índice de analfabetismo funcional dos jovens; apesar da escalada vertiginosa da violência no ambiente escolar, com graves repercussões na sociedade.

Como quebrar esses paradigmas? Eis outra pergunta relevante e que merece nossa atenção. E mais: como renovar as práticas pedagógicas na escola? como transformar a escola para que possamos transformar a sociedade? como fazer a interação entre professores, alunos, pais, responsáveis e a comunidade? Não temos a ilusória pretensão de ter resposta pronta e infalível a todas essas indagações, que não são simples, e que o espaço reduzido de um artigo não permitiria maiores digressões. Contudo, temos percepções e orientações que podemos resumir nos seguintes itens:

1 – O professor, e o pedagogo, precisa ter a força de vontade de querer fazer diferente e assim fazer a diferença. Para isso precisa desconstruir saberes e práticas consideradas normais e em vigência até hoje.
2 – O professor, e o pedagogo, deve não rejeitar novas experiências pedagógicas, mantendo-se aberto a novas propostas, verificando seus resultados e procurando verificar como elas podem ser aproveitadas por ele.
3 – O professor, e o pedagogo, deve ir além do ensinar. Precisa ter em mente que ele não ensina o que sabe, ele somente pode dar ao aluno o que ele é, pois a força do exemplo é tudo em educação.
4 – O professor, e o pedagogo, precisa construir pontes entre ele e o aluno, entre ele e os pais e responsáveis, entre a escola e a família, entre a escola e a comunidade.

Como vemos, para mudar posturas e práticas é essencial mudar as mentalidades.

Encerrando estas reflexões, lembro que é também essencial, fundamental, que a escola não seja apenas lugar de troca de conhecimentos. É urgente e inadiável a realização do trabalho de desenvolvimento da educação moral, de educadores e educandos, pois de crise moral e ética, de inversão de valores humanos, já estamos saturados e suficientemente escandalizados.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A falência do ensino brasileiro

Os péssimos, alarmantes e decadentes índices do ensino brasileiro, conforme avaliações oficiais publicadas pelo Ministério da Educação, mostrando que tanto o ensino fundamental quanto o ensino médio estão literalmente falidos, atestam a vergonhosa situação em que nossa nação está inserida, com altíssimos índices de analfabetismo, de violência, de corrupção, de hipocrisia e de tantos outros males que todos os dias invadem as mídias. Em contrapartida, e num flagrante contraste, temos uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) considerada como avançada, acompanhada por Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) bem planejados, e agora com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que surge para melhor organizar o ensino em todo o território nacional. Apesar desses instrumentos pedagógicos, não conseguimos, nem de longe, cumprir o Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece metas qualitativas e quantitativas para serem alcançadas no prazo de um decênio. É muito fácil entender toda esse contraditório: não existe vontade política, em todas as esferas governamentais, em priorizar a educação. Quando dela se fala, entende-se apenas mais verbas, mais escolas, com muito discurso e pouca ação, não se indo às causas verdadeiras, ou seja, a transformação da filosofia que rege nossa educação, a melhor capacitação do profissional da educação, o estabelecimento de escolas inovadoras, a integração da escola com a família e a comunidade. A educação deve ser vista como formadora do ser humano, e deve trabalhar o desenvolvimento moral do indivíduo, e não apenas conteúdos de disciplinas curriculares.

Num ensino que não é humanizado, onde o amor não se faz presente, onde o professor é desvalorizado, onde a escola repete velhos modelos pedagógicos ultrapassados, que outros resultados esperar senão esses que os índices oficiais mostram? Como podemos assistir o tempo passar e repetir o fracasso escolar ano após ano?

O absurdo é tão grande que ser professor já não é mais considerado uma profissão, pelo menos é o que muitos pensam, como aquele aluno que perguntou ao mestre: “Professor, depois de dar aula aqui na escola, o senhor trabalha no quê, o que o senhor faz na vida?”. Pobre coitado do professor, vítima dos absurdos políticos das nossas autoridades públicas. E pobre da escola. E pobre do ensino.

Renovar é preciso. Inovar é necessário. Transformar é urgente. Desconstruir é básico. Desconstruir conceitos e práticas que para mais nada servem na educação. Milhares de jovens, todos os anos, são jogados na sociedade sem valores, sem ética, sem futuro, injustiçados e discriminados por causa da cor da pele, da condição financeira, do status social, do local em que vivem. E são perseguidos pela segurança pública, vista como solução, quando é, na verdade, um péssimo paliativo, com as forças armadas literalmente enxugando gelo.
Você pode não acreditar que a educação resolva os problemas brasileiros, mas não há como escapar à verdade de que se não for através da educação não encontraremos solução. Pode demorar, os resultados serão a médio e longo prazo, mas é investindo em educação que remodelaremos o Brasil e iremos estabelecer a justiça e a paz.

Então, peço licença a você que me lê, para repetir que a educação deve ser compreendida como educação moral, e é por esse motivo que, junto a outros amigos educadores, fundei o Instituto Brasileiro de Educação Moral (IBEM). O que lhe custa conhecer esse trabalho? Fica aqui meu convite para acessar www.ibemeduca.com.br e ver o que o instituto tem a oferecer para a renovação da educação brasileira e para o ensino em nossas escolas.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Professores da educação básica estão insatisfeitos com sua profissão

Apenas 21% dos professores da educação básica no Brasil afirmam estar totalmente satisfeitos com a atividade docente, enquanto um terço deles (33%) diz estar totalmente insatisfeito com a profissão.

É o que mostram os dados da pesquisa "Profissão Docente". O levantamento é uma iniciativa do Todos Pela Educação e do Itaú Social, com realização do Ibope Inteligência em parceria com a Conhecimento Social.

A pesquisa ouviu 2.160 professores da educação básica (desde a educação infantil até o ensino médio) de todo o Brasil, tanto da rede pública como da rede privada. A coleta foi realizada por telefone entre os dias 16 de março e 7 de maio deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

De acordo com o levantamento, 78% dos professores afirmam ter escolhido a carreira principalmente por aspectos ligados à afinidade com a profissão, como o prazer por ensinar ou transmitir conhecimento (34%) e a aptidão e talento para ser professor (13%).

Ao mesmo tempo, quase metade dos docentes (49%) não recomendaria a própria profissão para um jovem por considerá-la "desvalorizada".

A pesquisa aponta que a qualificação e a escuta dos professores são, para os docentes, as medidas mais eficazes a serem tomadas para que haja maior valorização da profissão pela sociedade. Eles apontam a necessidade da formação continuada (69%) e a escuta dos docentes para a formulação de políticas educacionais (67%). Em seguida, a restauração da autoridade e do respeito à figura do professor (64%) e o aumento salarial (62%).

O levantamento também aponta que os cursos de formação inicial não parecem ser suficientes para o exercício da profissão, na avaliação dos docentes.

Só 29% dos professores ouvidos concordam com a afirmação de que esses cursos os prepararam para os desafios do começo da docência. Por outro lado, 79% deles afirmam ter continuado os estudos depois da graduação, buscando, principalmente, uma especialização.

Segundo a pesquisa, os professores trabalham, em média, em uma a duas escolas: 63% dizem trabalhar em um colégio, enquanto 30% dizem trabalhar em dois.

Os resultados da pesquisa, como vemos, são preocupantes, e novos rumos devem ser dados a tão importante profissão. Esperamos que, a partir desse verdadeiro clamor dos professores, as autoridades públicas, principalmente, e os cursos de formação para o magistério, reajam positivamente com novas políticas e novos procedimentos para revalorizar o professor e a escola.

Apenas 21% dos professores da educação básica no Brasil afirmam estar totalmente satisfeitos com a atividade docente, enquanto um terço deles (33%) diz estar totalmente insatisfeito com a profissão. É o que mostram os dados da pe... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/listas/33-dos-professores-estao-insatisfeitos-com-a-profissao-mostra-pesquisa.htm?cmpid=copiaecola
Apenas 21% dos professores da educação básica no Brasil afirmam estar totalmente satisfeitos com a atividade docente, enquanto um terço deles (33%) diz estar totalmente insatisfeito com a profissão. É o que mostram os dados da pe... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/listas/33-dos-professores-estao-insatisfeitos-com-a-profissao-mostra-pesquisa.htm?cmpid=copiaecola

quarta-feira, 18 de julho de 2018

E o jeitinho brasileiro continua

Apesar de há anos estarmos assistindo o poder judiciário levar para trás das grades prisionais centenas de pessoas condenadas por corrupção, por improbidade administrativa, por desvios de recursos públicos e outras questões, num combate incessante pela moralidade, pela ética, continuamos a assistir o famoso jeitinho brasileiro acomodando as situações e encontrando subterfúgios para escapar da lei e da ordem.

Aproximando-se o período eleitoral, vemos a movimentação de jovens políticos, ou pelo menos candidatos a tal configuração, que estão se preparando para ludibriar o eleitor. Expliquemos: muitos são filhos ou sobrinhos de políticos famosos, que estão sob investigação, que respondem a processos e que protagonizam escândalos. Ou seja, estão com o nome sujo. O que fazem então esses jovens apadrinhados por esses políticos? Estão registrando na justiça eleitoral nomes que não têm ligação com a família, ou seja, estão encobrindo o nome de família, para não serem identificados com o padrinho político que está muito mal na opinião pública.

Precisamos nos precaver com o famoso jeitinho brasileiro. Infelizmente nossa legislação eleitoral permite essas manobras, essas brechas. Como nossa educação moral é de baixíssimo nível, muitos jovens estão com a mesma mentalidade dos velhos políticos, já estão contaminados com as falcatruas do sistema legislativo e também do sistema executivo brasileiro. É uma triste realidade.

É por esse motivo que lutamos pela educação moral no sistema de ensino brasileiro, aqui entendendo não somente a escola, mas também a família, as duas grandes instituições sociais de educação de nossa nação. Que adianta assistir o noticiário e discursar contra esses malfeitores do Brasil, proclamando que todos devem ir para a cadeia, se, ato contínuo, em favor de um ente querido ou de um amigo, burlamos as regras e damos um jeito para privilegiar este e aquele?

Fiquemos alertas, pois há uma luta nos bastidores pela manutenção das coisas do jeito que elas estão, mas não podemos nos conformar com isso, escolhendo nossos candidatos com bastante rigor, preferencialmente aqueles que se mostrem éticos, que não apenas pensam nos outros, como realizam para o coletivo, e que tenham em seus projetos e discursos a educação como prioridade.

Analfabetismo funcional no ensino superior

O Instituto Paulo Montenegro em parceria com a ONG Ação Educativa, publicou a pesquisa Indicador de Alfabetismo Funcional, onde aponta que apenas 22% dos brasileiros que chegaram à universidade têm plena condição de compreender e se expressar. Em bom entendimento, isso significa que  78% dos estudantes brasileiros do ensino superior podem ser classificados como analfabetos funcionais, ou seja, não sabem ler e interpretar corretamente um texto, além de não dominarem o raciocínio lógico-matemático mais complexo. Diante desses índices, a pergunta que devemos fazer é onde está a causa, ou onde estão as causas desse fenômeno que coloca a educação brasileira nos últimos lugares quando em comparação com outros países?

A leitura e a interpretação de textos e o raciocínio lógico-matemático são essenciais para a pessoa melhor se articular nas relações sociais, são fundamentais para a vida, mas tudo indica que lastimavelmente estamos desprezando na educação das novas gerações essas ferramentas tão importantes. E quando temos jovens e adultos que não conseguem ler, que não conseguem entender o que leem, que não coseguem fazer uma formulação matemática, isso quer dizer que estamos lançando na sociedade pessoas despreparadas, sem os requisitos necessários para alavancar o progresso social, cultural e tecnológico da sociedade brasileira.

Mas, voltemos à pergunta: onde a causa, ou causas, desse fracasso educacional? Fica claro que temos um problema na escolarização, pois o brasileiro que chega à universidade, que entra no ensino superior, passou antes pelo ensino médio, e anterior a esse, cursou o ensino fundamental, e ainda antes, esteve na educação infantil. Ora, se ele chega, adulto, no estado de analfabeto funcional, a escola não está cumprindo seu papel, pois é nela que ele se prepara para a vida adquirindo conhecimentos, saberes indispensáveis, e isso não está acontecendo.

A verdade é que os índices e estatísticas do ensino fundamental há muito vem sendo maquiados. A massa de estudantes analfabetos ou analfabetos funcionais no segundo segmento do ensino fundamental é enorme, mesmo assim eles são encaminhados para o ensino médio, que os empurra para o ensino superior, ou pelo menos uma parcela significativa desses estudantes mal preparados. Um amigo professor universitário me confessa: o primeiro semestre, ou primeiro período da faculdade, é perdido por conta dos professores terem que utilizá-lo para dispor os alunos com o mínimo de preparo para o curso, ou seja, tendo que gastar boa parte do tempo em aulas ligadas ao que os estudantes já deveriam ter aprendido no ensino médio.

No âmbito da família temos assistido um despreparo dos pais e responsáveis quanto à educação dos filhos, não acompanhando suas atividades escolares, aliás muitas vezes completamente divorciados da escola. E ainda permitindo que os filhos durmam em metade do dia, ou fiquem ligados nos games e redes sociais, ou ainda tomados por atividades esportivas e outras, quase nunca recebendo a supervisão e acompanhamento daqueles que são os principais responsáveis pela sua educação. E quando esses quadros são acompanhados por maus exemplos, a questão se agrava, com filhos que não querem saber de estudar, que tem horror a ler um livro, e que vivem copiando e colando o que encontram na internet, sem o mínimo de estudo e interpretação.

Agravando a deplorável situação da educação brasileira, temos o descaso e desinteresse das autoridades públicas e políticas do nosso país com essa área essencial, fundamental e que deveria ser prioritária. Mas o que assistimos é um desleixo com o ensino fundamental, e uma alarmante conivência com os sistemas de ensino privados, verdadeiras empresas que estão transformando o sistema de ensino brasileiro num negócio, num investimento comercial como qualquer outro.

Onde vamos parar com a continuidade dessa situação?

Em 1999 fui responsável pela criação do Instituto Brasileiro de Educação Moral, que tem por objetivo humanizar o ensino, transformar a escola, integrar no processo educacional os professores, os pais e responsáveis e os líderes comunitários. Para isso desenvolvemos o Projeto Escola do Sentimento, a Pedagogia da Sensibilidade e o Programa Vivendo Sempre em Paz. Estamos lutando pela renovação do Brasil através da educação, e, apesar desses índices ainda tão alarmantes, não perco a esperança de um amanhã muito melhor. Mas está claro que a sociedade brasileira precisa iniciar uma reação, colocando em sua agenda discussões e ações que façam com que a educação seja o melhor e maior investimento da vida de qualquer pessoa e de uma nação que realmente quer fazer a diferença;

sexta-feira, 16 de março de 2018

Conheça uma escola inovadora de excelentes resultados

Uma visita ao YouTube pode ser reveladora para conhecer escolas inovadoras. Mas pesquisar dá trabalho e nem sempre encontramos o que desejamos. Então para facilitar, aqui está vídeo produzido pelo Canal Futura, que foi ao ar no programa Destino: Educação - Escolas Inovadoras.

Trata-se do Projeto Âncora, com sede em Cotia/SP.

Assista e encante-se.

Por que não seguir esse caminho na sua escola?


Como fazer a educação se só sabemos dar aula?

Fala-se em inovar a educação, e logo se aponta a introdução de tecnologias da informação na escola; novos projetos arquitetônicos para uma escola moderna; substituir o quadro de giz por lousa eletrônica; distribuir tablets ou notebooks para todos os alunos. Nada disso é, de fato, inovação. Nada disso significa transformação da metodologia de ensino. Sabe o que é inovar em educação, com referência à escola? É acabar com a aula.

Sim, isso mesmo, não ter mais aula. Acabar com a figura do professor que ensina, com os alunos enfileirados recebendo informações, e um tempo pré-determinado para início e fim, com aquele sinal estridente anunciando que o tempo de aula terminou, e outro professor, de outra disciplina, deve ocupar o espaço. Quantas vezes a aula ficou com aquele sabor amargo de precisar de mais tempo, de precisar aprender melhor, de necessitar de fazer perguntas? Todos temos essa experiência, não é mesmo?

A simples substituição de cadernos e livros impressos por tablets ou notebooks não é transformação do ensino, e sim mera substituição de tecnologias. Continuaremos a ter salas de aula, tempos determinados e um professor que ensina, e alunos que tentam aprender. Mas, dirão, computadores, internet, lousas digitais tornam o ensino mais interativo, mais prazeroso. Sim, isso não deixa de ser uma verdade, mas continuaremos tendo professores que ensinam e alunos que aprendem, numa metodologia que já está esgotada, que vem lançando na sociedade pessoas despreparadas para bem viver.

E o que dizer das provas, das notas e dos exames de qualificação para o ensino médio e para o ensino superior? Vemos escolas repetindo os historicamente famosos (e famigerados) cursinhos pré-vestibulares. E aí temos aulão em salas de cinema ou auditórios de teatro, massificando conteúdos, em espetáculos públicos onde os professores mais se parecem com artistas circenses. E quem disse, quem provou, que muito saber é sinônimo de boa conduta?

Então agora você, perplexo, pergunta: como ter escola sem aula? Será isso possível? Sim, é perfeitamente possível e, mais do que isso, afirmamos: é o caminho da educação, de uma escola realmente inovadora, onde o professor se transforma em orientador e tutor, onde os alunos formam grupos de estudo e pesquisa, onde a promoção é feita através do domínio das habilidades e competências. E mais: onde existe preocupação em trabalhar o desenvolvimento humano da criança e do jovem.

Temos no Brasil inúmeras escolas com projetos pedagógicos transformadores, assim como organizações dedicadas a auxiliar a escola na implantação de um processo de ensino e aprendizagem inovador e de excelência. O Instituto Brasileiro de Educação Moral, ou simplesmente IBEM, do qual faço parte como fundador e diretor, é uma dessas organizações, convidando os educadores para conhecer e implementar o Projeto Escola do Sentimento.

Por que não visitar o site, nem que seja para tomar conhecimento da proposta?

Deixo aqui o convite, e o endereço: www.ibemeduca.com.br.

Vamos transformar, fazer diferente, acabando com a aula e tendo uma escola diferente e de muitos bons resultados?

segunda-feira, 5 de março de 2018

O não e o sim com os filhos

Para escrever sobre esse assunto, recordo-me da Karine, menina com seis anos de idade, que conheci em visita a casal amigo. Esperta e vivaz, não gosta de ser contrariada, e quando isso acontece reage com pirraças, choros e respostas nem sempre educadas, faltando mesmo com o respeito a seus pais. Como visitante, fui testemunha desse comportamento. Os pais explicaram que são adeptos de não dizer "não" à filha, pois segundo eles, outras formas devem ser encontradas para melhor educar, para colocar limites. E a visitação continuou, e da mesma forma Karine deu continuidade às suas estrepolias e às suas desobediências aos pedidos e reclamos dos pais. Então seus pais chegaram ao limite da paciência, e a mãe, sem nenhuma cerimônia ou constrangimento, deu-lhe uns bons tapas, muito bem dados, colocando-a de castigo. Resultado: Karine se pôs a chorar, berrando sem cessar em alto e bom som. E tive que assistir a todo esse cenário sem nada poder fazer, mas dele tirei sérias reflexões sobre a educação dos filhos.

E pergunto: bater, além de ser um ato de violência, não é um modo muito claro de dizer "não" à criança? Mas será o melhor modo, a melhor maneira?

Toda criança deve aprender limites, deve aprender a respeitar a seus pais e aos outros, e esse aprendizado deve ser proporcionado pelos responsáveis pela sua educação, principalmente os pais, exercendo o diálogo, explicando os porquês, no exercício da autoridade moral, que requer o falar "sim" e o falar "não" com a devida firmeza, tudo acompanhado pelos "combinados", ou seja, as regras devidamente estabelecidas com suas consequências quando quebradas, não obedecidas. Lembremos valiosa lição, quando a mãe procurou um mestre indagando-lhe quando deveria iniciar a educação de seu filho, recebendo como resposta a indagação de quantos anos tinha a criança, informando então que estava ela com três anos de idade. O mestre suspirou e disse à mãe: "Então a senhora já perdeu três anos".

Além do diálogo, das explicações dos porquês, da autoridade moral, dos combinados, do "sim" e do "não", os pais e responsáveis devem ser bons exemplos, pois não basta ensinar, é preciso vivenciar o que se ensina.

Ainda neste assunto, lembremos que amar os filhos não é sinônimo de deixar tudo acontecer, não é sinônimo de sempre desculpar, não é sinônimo de aguentar até não mais poder e partir para a violência, seja ela física ou psicológica.

A vida é repleta de "sims" e "nãos". O conviver significa saber obedecer regras e respeitar o outro, mas se o filho não aprende essas coisas enquanto está na infância, que adolescente, que jovem, que adulto ela será? É bom os pais e responsáveis pensarem seriamente sobre isso, pois o tempo não para, e quando a idade avançar, o que se poderá esperar do filho que não foi bem educado, que não teve suas más tendências corrigidas? É o que estou pensando com relação à pequena Karine e seus pais.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Professor dos novos tempos

Convidado para promover com professores de uma escola, capacitação para aplicação do projeto pedagógico inovador Escola do Sentimento, iniciei realizando uma roda de conversa onde primeiro disse que numa escola inovadora trabalhamos espaços de aprendizagem coletiva, dispondo os alunos em grupos de pesquisa e desenvolvimento do conhecimento, priorizando o trabalho por projetos, e onde o professor não dá aula, e sim orienta o aluno, fazendo-se um tutor do processo. Foi nesse ponto que muitos olhos arregalaram, e um professor fez uso da palavra, num misto de espanto e incredulidade: "Como assim? Eu não vou dar aula? Mas eu só sei trabalhar se tiver um quadro disponível e uma caneta na mão!". Imediatamente lembrei do antigo quadro negro, ou verde, e o giz que tanto caracterizou a escola, a ponto de tornar-se referência do ensino, mas que agora procuramos transformar. E não tardou para que surgisse outra objeção: "Isso não vai dar certo, é dar muita autonomia para os alunos, eles vão fazer o que bem entendem!". Como já me acostumei com essas reações negativas não fiquei impressionado, pois ali estava para apresentar um proposta pedagógica muito bem estruturada, pois em educação não se pode ser aventureiro.

Essas reações contrárias denotam dois aspectos principais dos professores, de uma forma geral: primeiro, uma espécie de horror, de aversão ao novo, numa luta para manter o status, a zona de conforto já estabelecida; segundo, ignorância pedagógica sobre procedimentos e metodologias que vão muito além do ensinar. Mesmo diante dessas contrariedades, perguntei: e por que não podemos fazer diferente?

Professor que não se sensibiliza diante de uma folha ao vento; que não se alegra com o sorriso de uma criança; que não se faz poeta inspirado para fazer da educação uma poesia além das palavras, não é um verdadeiro professor, não é um professor dos novos tempos.

E outra nossa informação é recebida de forma cética: a necessidade de amar a educação, amar os alunos, acreditando no amor como instrumento pedagógico de transformação. E disse uma professora: "Não precisamos de amor na escola, precisamos de segurança pública". E outra professora complementou: "Como eu vou amar esses adolescentes que só sabem agir com violência?". E ainda tivemos mais esta manifestação: "Eu até amo o que faço, mas com salário baixo e más condições de trabalho, fica difícil". Sim, reconheço que dificuldades existem, como a violência, o salário insuficiente, condições escolares precárias e outras, mas nada disso impede que o nosso amor seja mais forte e promova as mudanças necessárias. Insisto: temos que amar, e amar, e amar cada vez mais a educação.

Se a educação ainda não promoveu uma sociedade cooperativa, solidária, é porque não foi entendida como valoroso instrumento formador das consciências, dos valores humanos, transformada que foi em um mero processo de ensinagem e aprendizagem de conteúdos curriculares pré estabelecidos e não questionáveis. A educação verdadeira é a educação moral, é aquela que disponibiliza ao aluno o crescimento integral de seu potencial humano. Para isso um novo olhar sobre a educação e a escola; um novo olhar sobre o aluno e a aprendizagem; um novo olhar sobre o ser humano e a sociedade, precisam acontecer, e vão acontecer com uma nova visão, uma nova filosofia, uma nova metodologia, uma nova escola, um novo professor.

O amor como base, a espiritualização do homem como meta, é o que apresentamos. Trabalhamos uma escola que leve cada aluno a aprender e colocar em prática o fazer ao outro somente o que gostaria que o outro lhe fizesse, a regra de ouro da educação.

Então, professor, por que não se abrir para o convite de fazer uma escola inovadora, de acreditar em si mesmo e nos alunos, para então transformar para melhor o mundo em que você mesmo vive?

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O futuro da humanidade

Lançando um olhar para o futuro, muitas pessoas questionam o que será da raça humana daqui a alguns anos. Com alto desenvolvimento tecnológico, ainda paira no ar a ameaça de outra guerra mundial. Temos problemas com uma melhor distribuição de renda; a pobreza e a miséria estão espalhadas pelo mundo; a corrupção e a desonestidade continuam a fazer vítimas; a violência parece ser generalizada; consumo de drogas e álcool acompanham boa parcela da população. Enfim, poderíamos ocupar linhas e mais linhas enumerando os males humanos que nos acompanham na atualidade. Entretanto, é preciso também estender o olhar para as coisas boas que marcam nossa atualidade, e que provavelmente farão a diferença no amanhã: organizações não governamentais protegendo o meio ambiente e o próprio ser humano; acordos comerciais menos protecionistas; avanços significativos nos diálogos entre as nações; tecnologia de ponta a serviço da melhor saúde das pessoas, e tantas outras boas coisas acontecendo que não podem ser desprezadas. Não podemos ter um olhar apenas negativo, pois o positivo também existe. Contudo, persiste a pergunta: qual o futuro da humanidade?

Não temos uma bola de cristal mágica, dessas que a ficção nos apresenta como reveladora do futuro, mas temos uma certeza: o futuro passa pela educação. Não estamos nos referindo simplesmente ao trabalho da escola. Educação vai muito além da escola. Educação passa também pela família, pelo lar, e adentra às instituições constituídas, sejam elas públicas ou privadas. E educação não se restringe a conteúdos curriculares, ou mesmo ao ensino informal, pois isso se chama instrução, aquisição de conhecimentos, mas que pode não dar autonomia responsável, nem formar cidadãos éticos. Quantas pessoas ostentando títulos e carreiras, e que são desonestas?

Para termos um futuro sem injustiça social, sem concentração da renda na mão de alguns, sem ameaças de guerras, sem sentimento, precisamos compreender e sentir a educação como formadora do caráter das pessoas, como poderoso instrumento de desenvolvimento das virtudes, o que fará com que nós, os seres humanos, deixemos paulatinamente de pensar apenas em nós e nos preocupemos com o outro. Essa educação fará com que aprendamos a nos amar.

Como bem lembra Paulo Freire, educador brasileiro ainda pouco estudado e colocado em prática, a educação pode não fazer essa transformação sozinha, mas essa transformação não acontecerá sem a educação.

É bom começarmos a focar na educação, se queremos um amanhã bem melhor que o hoje.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A importância da educação moral e o trabalho do IBEM

Meu amigo, minha amiga.

Você já meditou sobre a importância da educação moral na formação das novas gerações e na construção de uma humanidade melhor?

Sim, educação moral, aquela que forma o caráter, que desenvolve cidadãos éticos, que combate os vícios de toda natureza, que tem por base o amor e leva as crianças e jovens a fazer descobertas por si mesmas, a construir seu saber e valorizar as virtudes, como a honestidade, a solidariedade, o respeito, entre outras, tão importantes para vivermos melhor no mundo.

Essa preocupação, e esse trabalho, é o que motiva o Instituto Brasileiro de Educação Moral - IBEM.

Trabalhamos intensamente junto aos pais e professores, portanto junto à família e à escola, pela implantação e desenvolvimento da educação moral, alinhando nossas atividades - palestras, treinamentos, cursos - através do Projeto Escola do Sentimento. E também nos preocupamos em combater a violência com a implementação no ambiente escolar do Programa Vivendo Sempre em Paz.

Qualquer escola, seja pública ou particular, de qualquer lugar do Brasil, pode agendar o IBEM para uma palestra, um treinamento ou um curso de capacitação. Nossos educadores estão prontos para atender, dentro das necessidades apresentadas. Basta entrar em contato através do e-mail educacaomoral@gmail.com ou telefone (21) 3439-0665.

Somos uma organização não governamental sem fins lucrativos, e não recebemos verbas de nenhum órgão do governo. Nossos compromissos é com a educação humanizada, de qualidade, inovadora e criativa.

Conheça nosso trabalho em www.ibemeduca.com.br.

Colabore inscrevendo-se no Clube Amigos do IBEM: http://ibemeduca.com.br/clube-amigos-do-ibem.

Em nome da equipe de educadores e colaboradores do IBEM agradeço sua atenção, solicitando compartilhar com seus amigos esta nossa mensagem, através de e-mail e redes sociais, para que possamos levar adiante, e cada vez mais longe, o ideal da educação moral.

Receba meu abraço,

Marcus De Mario
Diretor Geral
Instituto Brasileiro de Educação Moral
www.ibemeduca.com.br

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