O tempo está passando

A janela da vida mostra que o tempo passa e a educação não é prioridade em nosso país. E, teimosamente, fica no ar a pergunta: por que a educação não é prioridade para os governantes brasileiros? Essa é uma constatação histórica: entra governo, sai governo, sejam eles de centro, direita ou esquerda, e as prioridades são a economia, a política, a infraestrutura, a segurança pública, nunca a educação que, apesar de receber verbas generosas, fica sempre ao sabor dos conchavos político-partidários.

Embora tenhamos uma rede pública escolar gigantesca, todos sabemos que parte das escolas está sucateada, que faltam recursos, às vezes mínimos, para a boa prática pedagógica, que em muitos municípios os professores não tem plano de carreira e, muito menos, salário digino.

Ainda pior do que tudo isso é constatar que os administradores e legisladores públicos não sabem o que seja a educação, confundindo-a com o ensino de conteúdos curriculares, fazendo da escola uma simples passadora de conhecimentos. E quando demonstram saber o que seja educação, tudo fazem para malversá-la, pois povo educado significa ter um eleitor perigoso, ou seja, consciente, crítico, empoderado, o que na política do cabresto não é bem visto pela classe dirigente, manipuladora e mantenedora de privilégios.

Isso explica porque a educação nunca foi prioridade: não existe vontade política. Com o passar do tempo os cursos de formação de professores passaram a adestrá-los para serem auleiros seguidores de livros didáticos, e assim as escolas centraram o processo educacional na ensinagem, quando o correto seria estar centrado na aprendizagem, com autonomia. Hoje os professores sabem apenas ensinar segundo o que consta no currículo, não sabem mais fazer pensar.

A realidade educacional brasileira é triste e vergonhosa. A deterioração e o desvio de finalidade é tao grande que se fala apenas em sistema de ensino, quando deveríamos nos referir a sistema educacional.

O empobrecimento da educação facilita a disseminação do negacionismo científico, das fake news, do radicalismo ideológico, da violência, da manipulação política do povo, que, em grande parte, fica à margem, na dependência das benesses das autoridades públicas que muito prometem e pouco fazem.

O tempo está passando e as perspectivas de mudança no campo da educação são diminutas no curto e médio prazo. Quanto ao futuro, o sonhar por uma educação melhor está, no mínimo, delicado, difícil.

Mas não somos derrotistas, pelo contrário, mantemos a chama da esperança acesa e, mais do que isso, trabalhamos para que essa chama acenda nas mentes e corações dos brasileiros, para que as novas gerações possam compreender a importância e finalidade da educação, único caminho para transformação moral da nossa sociedade e, portanto, da nossa nação.

Deixo aqui o convite para você refletir sobre os rumos do Brasil, não apenas do ponto de vista histórico, olhando para trás, mas com um olhar para o futuro, lembrando que o amanhã depende do que estamos fazendo hoje. 

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