Reflexões sobre o amor na educação
Não é possível desenvolver a educação onde não está presente o amor. O professor precisa estar envolvido pelo amor maternal, aquele que é demonstrado pela mãe ao seu filho, para que o processo de educação da criança possa levá-la a desenvolver o potencial que possui, tanto na inteligência quanto no sentimento. Do mesmo modo que reconhecemos que nem toda mãe possui esse amor, mas pode desenvolvê-lo, reconhecemos que nem todo professor o possui, mas pode, igualmente, fazer com que desabroche do íntimo de seu ser.
O amor é a essência da educação, o pilar mais importante. Tudo deve estar subordinado ao amor no trato com os educandos, sejam crianças ou jovens. O professor deve ir além de dominar conhecimentos específicos e dar aula para ensinar esses conhecimentos. O saber é estéril sem sentimento, não atinge a finalidade superior da educação que é o desenvolvimento das potencialidades do ser integral que todos somos, na prioridade de sua formação moral.
Ao se dirigir à escola, o professor deve ter em mente que ela deve ser uma grande família, e que ele deve exercer o papel de tutor e orientador, como se fosse um segundo pai ou segunda mãe dos seus alunos, e que através do amor deve prepará-los para a vida, para terem autonomia com responsabilidade, para terem criticidade pensando no bem coletivo, para serem éticos em todas as circunstâncias.
O amor leva as pessoas a superarem as barreiras do preconceito e da discriminação. O amor leva as pessoas a serem pacíficas, combatendo a violência através da solidariedade e da fraternidade. O amor faz com que o interesse coletivo se sobreponha ao interesse individual, muitas vezes egoísta. O amor estabelece a vivência da cultura da paz, do diálogo, do respeito, do entendimento.
O amor envolve a compreensão e a solicitude, e, assim, o professor, como verdadeiro educador, se preocupará com o outro, com o ser humano que está à sua frente, em início de jornada, ávido de orientação, aconchego, bons exemplos. O professor deve transcender a disciplina curricular da qual é responsável, e mesmo nessa posição, deve ligar os conteúdos aos anseios dos educandos e às vivências da vida, pois todo ensino teórico sem a sua prática, é estéril, e o amor é vida, deve tudo vivificar.
Como disse uma professora em sentido depoimento ao encontrar um ex aluno da educação infantil, agora um jovem com os olhos cheios de lágrimas de reconhecimento, se os professores amassem mais o que fazem, teriam muito mais histórias bonitas para contar do que reclamações a fazer. Seriam ternamente lembrados pelos alunos que, por sua vez, os amariam e se sentiriam bem na escola.
O professor não deve ir à escola de forma burocrática, cumprindo um penoso dever profissional, pois assim procedendo mata a educação na sua base e determina a morte de toda uma geração, pois nele faltará o amor, e onde o amor não se encontra, não há vida.
A escola é feita por pessoas. A educação é desenvolvida por pessoas. A relação educador e educando é relação entre pessoas, seres humanos dotados de inteligência e sentimento, e como a mãe senta para conversar com seu filho e o abraça, no mais puro sentimento de amor, esse deve ser o mesmo procedimento do professor, se quer que a escola tenha menos problemas e muito mais alegrias, e que a educação, de fato, alcance sua finalidade para termos uma sociedade humana melhor.
O amor é a base, é a essência da educação.
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