A empatia e o conhecimento
O que é mais importante aprender na escola: a empatia ou o conhecimento?
Ambas são importantes, mas a pergunta refere-se ao que é mais importante, qual deve ser a prioridade. E não temos dúvida em responder: mais importante, mais essencial, é a empatia.
Empatia significa aprender a sentir o outro e a se colocar no lugar dele, portanto, tem a ver com a área sentimento, com o pensar no coletivo e não apenas no individual. Ora, o que mais temos visto em nossa sociedade são pessoas que pensam primeiro nelas mesmas, seus próprios interesses, para depois pensar nos outros, nos impactos que suas ações estabelecem no relacionamento social.
A aquisição dos conhecimentos faz parte do trabalho da escola, mas ficando apenas nisso, como transmissora de saberes técnicos, científicos, culturais, a escola não estará cumprindo plenamente sua finalidade.
Como formar cidadãos conscientes sem desenvolver o potencial emocional da criança e do jovem? Temos visto pessoas intelectualizadas, ou seja, com muitos conhecimentos e vários cursos superiores em renomadas universidades, e que são egoístas, hipócritas, vaidosas, violentas, corruptas, mantendo a injustiça social.
A escola, nesse trabalho de aliar a aquisição de conhecimentos com a formação moral, deve realizar seus esforços em conjunto com a família, a outra instituição social de educação do ser humano. Não podemos mais conceber a separação entre a escola e a família, pois essa separação já acarretou muitos males para a sociedade humana.
Saber se colocar no lugar do outro; saber respeitar os direitos do outro; saber ser solidário para com o outro; saber cooperar no bem comum; saber pensar antes de agir. São aprendizados que família e escola devem trabalhar incessantemente, para que os conhecimentos e a formação técnica não sejam causas de mais males.
Podemos afirmar, sem nenhuma dúvida, que aos seres humanos está faltando sentimento, e essa falta está relacionada ao descaso em que relegamos a educação.
As instâncias governamentais da educação são disputadas acirradamente por partidos políticos, não porque estejam preocupados com a área mais importantes de qualquer governo, mas motivados pelo poder sobre as vultosas verbas dessas instâncias a nível municipal, estadual e federal. Prevalecem os interesses outros na manipulação dessas verbas, que nem sempre, de fato, são utilizadas para melhorar a educação e manter bons projetos pedagógicos.
Assistimos homens e mulheres sem empatia, sem solidariedade, sem humildade desviarem verbas, interromperem projetos e se autopromoverem, à custa de escolas sucateadas, professores mal remunerados, alunos desmotivados.
É por tudo isso que declaramos que desenvolver a empatia é muito mais importante do que desenvolver conhecimentos.
Ou será que estamos tão acomodados e acostumados com a violência, a corrupção, a injustiça e outros males, que já consideramos tudo isso normal, e que nem a educação pode dar jeito? Se chegamos a isso, é a decretação da falência da civilização humana.
De nossa parte, continuamos a acreditar que a educação continua a ser o caminho para renovação das esperanças humanas, entendendo que que aqui falamos da educação que é essencialmente formadora do caráter do ser humano.
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