A educação é a essência da doutrina espírita

Por que afirmamos que a educação é a essência da doutrina espírita? Porque ao estudarmos o Espiritismo compreendemos que ele é uma doutrina, ou seja, um conjunto de princípios filosóficos, científicos e religiosos, cuja finalidade é auxiliar o ser humano no seu melhoramento moral, para que assim tenhamos a transformação moral da humanidade. Como sabemos que todos somos Espíritos reencarnados num processo de aperfeiçoamento, estamos diante, na verdade, de um processo educacional abrangente, profundo, envolvendo nossa realidade espiritual ao longo da eternidade, dando novo significado ao existir aqui na Terra, este planeta mãe, abrigo divino que nos propicia aprendizados valiosíssimos através de provas e expiações que nos impulsionam para frente e para o alto.

É por descuidarmos da educação e confundi-la com a instrução, com a transmissão de conhecimentos, que temos assistido quadro tão difícil na sociedade humana, às voltas com altos índices de criminalidade, com corrupção, com discriminações e guerras. A educação é o desenvolvimento harmônico, equilibrado, tanto da inteligência quanto do sentimento, portanto, a educação deve ser entendida de forma integral, e não unilateral, e não pode ser atribuição exclusiva da escola, pois também envolve a família, o centro espírita e demais instituições humanas.

Ora, qual é a doutrina, com sua filosofia e estudos científicos, que melhor compreende a educação? Não temos dúvida em afirmar que é o Espiritismo, com sua visão da alma imortal, da vida futura, da comunicabilidade entre mortos e vivos, da pluralidade das existências, tudo isso com a perspectiva da lei de evolução.

Assim também entende Léon Denis, filósofo espírita e contemporâneo de Kardec, quando pronuncia na introdução de seu livro O Problema do Ser e do Destino: Uma dolorosa observação surpreende o pensador no ocaso da vida. Resulta também, mais pungente, das impressões sentidas em seu giro pelo espaço. Reconhece ele então que, se o ensino

ministrado pelas instituições humanas, em geral – religiões, escolas, universidades –, nos faz conhecer muitas coisas supérfluas, em compensação quase nada ensina do que mais precisamos conhecer para encaminhamento da existência terrestre e preparação para o Além. Aqueles a quem incumbe a alta missão de esclarecer e guiar a alma humana parecem ignorar a sua natureza e os seus verdadeiros destinos”.

Léon Denis, além de ter sido profundo estudioso do Espiritismo, foi um dos fundadores, em França, da Liga de Ensino, tendo ministrado centenas de palestras, na França e outros países, sobre educação, numa visão espiritualista que o Espiritismo lhe propiciou, portanto, temos uma palavra abalizada nessa questão.

Necessitamos entender com maior profundidade o Espiritismo como doutrina de educação, ou como obra de educação, no dizer de Leopoldo Machado, elegendo a educação como tema prioritário dos serviços do centro espírita, colocando em maior grau de importância o serviço de evangelização espírita, que deve ser entendido como serviço de evangelização espírita da família, atendendo crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Não basta conhecer a Doutrina Espírita. Não basta frequentar o Centro Espírita. Não basta fazer parte de um grupo de estudo espírita online. Se essas coisas são importantes e úteis, mais importante e mais útil é aplicar os princípios doutrinários a si mesmo, realizando consigo o processo de educação moral, para que então sejamos conhecidos como verdadeiros espíritas, dando exemplo daquilo que estudamos e, muitas vezes, ensinamos aos outros.

Os dirigentes dos centros espíritas precisam acordar para a importância da evangelização das novas gerações, promovendo incessantemente esse serviço, e também fazendo esforços para a melhor capacitação, ou qualificação, dos evangelizadores, assim como para a melhor adaptação física dos ambientes em atendimento às especificidades das faixas etárias.

Lembremos que é princípio básico do Espiritismo a reencarnação, o nascer de novo ensinado por Jesus, e que no amanhã, nesse futuro que a imortalidade nos reserva, haveremos de retornar ao planeta, num novo corpo. Que sociedade queremos aqui encontrar? Isso depende do que estamos fazendo hoje com os Espíritos que Deus nos confia, em educá-los ou deseducá-los, pois sempre colheremos de acordo com o que semeamos.

Mãos à obra! Eduquemos com Jesus, à luz da imortalidade e da reencarnação, compreendendo que gerações não evangelizadas é que tornam a sociedade humana infeliz. 

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