27% dos Brasileiros são Analfabetos Funcionais
Pesquisa divulgada pela OnG Ação Educativa, em colaboração com o Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, indica que 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais. Isso significa que, se quatro brasileiros, cada um com um manual de sobrevivência na mão, têm cinco minutos para lê-lo, num barco que está afundando, um deles morrerá. A pesquisa toma por base os 130 milhões de brasileiros com idade acima de 15 anos. Estamos falando de 32,5 milhões de brasileiros despreparados para trabalhos que exijam o domínio de textos e de cálculos com média complexidade.
Desde 2001 as duas organizações pesquisam o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf). O Inaf considera três níveis de alfabetização: a rudimentar, que permite ler um anúncio e operar com pequenas quantias; a básica, que possibilita ler textos mais longos e vencer operações como as que envolvem proporções; a plena, que contempla níveis mais altos de análise de textos e de operações matemáticas.
A pesquisa descobriu que mesmo entre os portadores de diploma universitário, há carências em alfabetização. 38% deles não alcançam o nível de alfabetização plena. Isso prova que o boom das faculdades espalhadas pelo país - muitas abaixo da crítica - não cumpre o papel de suprir as carências escolares anteriores do alun, como apregoam muitos especialistas.
Esse quadro, estarrecedor, mostra o quanto os governos - federal, estaduais e municipais - não estão comprometidos com a educação básica, que abrange o ensino fundamental, essência de todo o processo educacional. O fato de termos mais de 30 milhões de analfabetos funcionais parece não ser levado em conta quando se distribui para professores e alunos computadores portatéis e tablets, com milhões de reais gastos, mas que em parte ficarão inúteis ou subutilizados.
Quando a nação brasileira acordará para a educação? E quando dará importância real para a alfabetização plena dos brasileiros?
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