Navegar é preciso

Conversando sobre educação em programa televisivo através da internet, recebi a participação da Elizabete Alves, trazendo um pensamento fantástico onde embutiu uma importante pergunta:

Navegar é preciso. Educar é mais preciso ainda. Onde escola e pais estão sem navegar?”

Não temos dúvida que é preciso navegar, ou seja, viver a vida, se movimentar, realizar, não ficando no comodismo da zona de conforto. Um barco é feito para navegar, não para ficar guardado em terra firme, ou ancorado no porto sem jamais zarpar. Assim deve ser nosso viver, pois somos os que fazemos a vida.

Também não temos dúvida que é preciso educar. Temos escrito sobre isso incessantemente. A educação das novas gerações é essencial. Toda transformação social passa pela educação das pessoas. Quando falhamos na educação temos uma sociedade que irá refletir em escala maior essa falha.

Agora, onde escola e pais estão deixando de navegar?

Tenho escrito e falado que tanto a escola quanto a família tem falhado na educação moral das crianças e jovens. Se você que está lendo este texto quiser chamar esse enunciado de educação ética, de educação em virtudes, de educação em valores humanos, ou qualquer outro nome, isso não é o mais importante, pois o que vale mesmo é nos entendermos quanto ao conceito, o que essa educação representa.

Há tempos a educação é confundida com a transmissão de conhecimentos compartimentados em disciplinas curriculares, então professores e pais estão preocupados com o aprendizado da matemática, da língua portuguesa e outras disciplinas. Estão preocupados com as provas, as notas e os deveres de casa. Esses conhecimentos são importantes, tanto quanto ler e escrever, mas será que a educação do ser humano se resume a isso? Será que o certificado de conclusão representa a educação?

Quantas pessoas dotadas de amplos conhecimentos fazem mal à sociedade? E fazem mal porque são egoístas, orgulhosas, preconceituosas. Pensam primeiro nelas mesmas e nos seus interesses, e somente depois, se tanto, pensam nos outros e nos interesses da coletividade.

Quantas pessoas repletas de conhecimentos utilizam a violência? Agridem, atropelam, mentem, matam diante de qualquer conflito de relacionamento, manipulando os conhecimentos para arquitetar males maiores em prejuízo dos outros.

Tudo isso acontece porque falta a elas o sentimento, não são capazes de sentir o outro e de se colocar no lugar do outro.

Então, temos que escola e família, professores e pais, estão esquecidos de navegar pela educação moral, equilibrando o desenvolvimento do conhecimento com o desenvolvimento do sentimento.

Está mais do que na hora de colocarmos o barco da educação de volta às águas da vida, com pessoas trabalhando com pessoas, numa dinâmica viva muito além de conhecer por conhecer.

Onde seres humanos se encontram precisamos de humanização. Família e escola são espaços de pessoas.

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