O Fio Separador

Aproximadamente 1 milhão de pessoas, o que equivale a quase 20% da população com idade para exercer o voto, não compareceu às urnas no pleito eleitoral municipal deste domingo, que escolheu o novo prefeito para a cidade do Rio de Janeiro. Preferiram curtir a praia, a região dos lagos, Angra dos Reis ou a região serrana. Com um calor abrasador em torno dos 40 graus, o carioca resolveu deixar de lado a eleição, afinal, pensam muitos, tanto faz como tanto fez quem vai ser o prefeito. É o contingente dos indiferentes, um dos piores contingentes da população, pois o indiferente é aquele que, depois, vai perturbar a administração pública exigindo os seus "direitos".

E perguntamos: onde o fio separador da indiferença para o egoísmo?

Esse fio, se existe, é tão tênue, quase imperceptível, que descobrimos que o indiferente é quase sempre um egoísta, só pensa em si mesmo, jogando a responsabilidade em ombros alheios, para depois se entronizar num crítico contumaz, mas sem deixar de levar vantagem onde e como puder.

Muito triste o que assistimos, vendo a população se ausentar da votação e se isentar de qualquer responsabilidade sobre o candidato escolhido. E depois ficamos a reclamar da democracia...

Também impressionou a insistência dos militantes partidários em desobedecer a lei eleitoral e insistir na boca de urna e distribuição de folhetos, como já havia acontecido no primeiro turno. Pode-se alegar que desta feita esses fatos foram em menor escala, mas voltaram a acontecer, o que é igualmente lamentável, demonstração inquestionável de falta de ética, respeito ao outro e obediência às regras constituídas.

Esperamos que a população carioca se revista de maior responsabilidade, pois somente pode exigir seus direitos quem cumpre com seus deveres.

A desculpa de não ter preferência por qualquer dos candidatos, ou ter se ausentado como forma de protesto por não querer nenhum dos candidatos, não "cola", não justifica. O que queremos ou não deve ser demonstrado no exercício do voto, que permite a escolha de um candidato, o voto em branco ou a anulação do voto, e aí ficaríamos sabendo o que pensa e quer o eleitor carioca. Mas, se ele se ausenta, como saber sua opinião?

E você, leitor, qual é sua opinião sobre o assunto? Faça seu comentário.

E pensemos, muito, nisso!

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