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Mostrando postagens de 2022

Está em todo lugar...

Uma sigla tem caracterizado o mundo corporativo, pelo menos das grandes empresas, a qual você já deve ter visto em algum lugar: ESG. Ela significa, em português, meio ambiente, sustentabilidade e governança, mostrando o quanto a empresa possui preocupações e ações de conservação da natureza, de manejo de recursos sem depredar o planeta, de quanto sua administração é humanizada. Existem vários parâmetros para definir o nível de ESG, de comprometimento com metas e práticas saudáveis tanto para a natureza planetária quanto para a sociedade humana. É um movimento muito importante, embora saibamos que nem sempre o comprometimento com a ESG signifique, de fato, ações concretas compatíveis com as necessidade humanas e planetárias, de acordo com a capacidade que a empresa possui. É fato, igualmente, que esse movimento está longe de alcançar todos os países e todas as empresas, principalmente as de porte médio e os pequenos empreendedores, mas representa um passo importante p

Os escândalos e a educação moral

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Copa do mundo do desenvolvimento humano

Aproveitando a realização este ano de mais uma Copa do Mundo de Futebol Masculino, reunindo seleções de vários países representando todos os continentes, e que teve brilhante vitória da Argentina (merecidamente) – infelizmente o Brasil foi mais uma vez desclassificado nas quartas de final –, imaginemos que, na verdade, tenha sido realizada a Copa do Mundo do Desenvolvimento Humano, ou seja, que os países participantes da copa de futebol fossem classificados de acordo com os índices apresentados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Atualmente o Brasil ocupa a posição 87 num total de 191 países e, em comparação com a classificação dos países presentes na copa do mundo de futebol, estaríamos desclassificados já nas oitavas de final. Façamos algumas comparações. A expectativa de vida em nosso país é de 72,8 anos, ou seja, em média conseguimos viver até perto dos 73 anos. A Suíça, que foi nossa adversária na fase de grupos, possui expectativa média de

Não coloque limites nos seus sonhos

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E se diminuir a idade?

Continuam as mídias de comunicação a publicar reportagens e notícias sobre violência dentro das escolas, assim como violência praticada por menores de idade na sociedade e, diante disso, temos os que são adeptos da diminuição da idade penal para 16 anos (algumas pessoas pensam em 14 anos). Será que isso é solução? Será que levar para a prisão os adolescentes resolve o problema da violência e da criminalidade? Lendo o educador italiano Franco Cambi, encontramos um pensamento merecedor de sérias reflexões, e que tem tudo a ver com essa questão: “ A família, em qualquer sociedade, é o primeiro lugar de socialização do indivíduo, onde ele aprende a reconhecer a si e aos outros, a comunicar e a falar, onde depois aprende comportamentos, regras, sistemas de valores, concepções do mundo. A família é o primeiro regulador da identidade física, psicológica e cultural do indivíduo e age sobre ele por meio de uma fortíssima ação ideológica.” Perguntamos: o que a famí

Uma nova ordem mundial

Depois de um conflito considerado mundial, como foi a Segunda Guerra, países de todo o mundo concluíram da necessidade de se unirem em torno de objetivos comuns, como a cooperação internacional e a paz mundial, e criaram no ano de 1945, especificamente no mês de outubro, a Organização das Nações Unidas (ONU), que substituiu em novas bases a Liga das Nações, que havia fracassado no objetivo de evitar conflitos armados entre as nações. Passados mais de 75 anos, muitas vozes clamam por mudanças na ONU, estabelecida que foi a partir de um cenário não mais existente. As circunstâncias agora são outras e o equilíbrio de forças econômicas e militares estão bem diferentes daquela época, quando Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética (que nem existe mais) eram as grandes potências. Hoje temos a França, a Alemanha, a China, a Índia, o Brasil, a Rússia (que substituiu a União Soviética em escala menor), o Japão e outras nações com grande destaque mundial, portanto merecedoras de um pr

Professor dos novos tempos

Convidado para promover com professores de uma escola, capacitação para aplicação do projeto pedagógico Escola do Sentimento, iniciei realizando uma roda de conversa onde primeiro disse que numa escola inovadora trabalhamos espaços de aprendizagem coletiva, dispondo os alunos em grupos de pesquisa e desenvolvimento do conhecimento, priorizando o trabalho por projetos, e onde o professor não dá aula, e sim orienta o aluno, fazendo-se um tutor do processo. Foi nesse ponto que muitos olhos arregalaram, e um professor fez uso da palavra, num misto de espanto e incredulidade: "Como assim? Eu não vou dar aula? Mas eu só sei trabalhar se tiver um quadro disponível e uma caneta na mão!". Imediatamente lembrei do antigo quadro negro, ou verde, e o giz que tanto caracterizou a escola, a ponto de tornar-se referência do ensino, mas que agora procuramos transformar. E não tardou para que surgisse outra objeção: "Isso não vai dar certo, é dar muita autonomia para os alun

Por que a educação tem poucas curtidas?

Já havia detectado o fenômeno nas minhas redes sociais, mas ampliei a pesquisa acessando outros perfis, comparando com temas que não tivessem relação direta com a educação. A verdade, muito dolorida, é que as postagens sobre educação têm infinita menor proporção de curtidas e comentários do que postagens sobre qualquer outro assunto, e não importa se é vídeo, imagem ou texto, e essas coisas associadas: quando se trata de educação, as pessoas não dão maior importância. Isso acontece porque grande maioria considera a educação uma questão restrita à escola, de competência dos professores, ou seja, é um universo distante que não teria relação direta com a vida social. Mais importante é a segurança pública, a política, o reality show, a fake news e assim por diante. Agora, educação… Esse equívoco de graves consequências tem levado a sociedade a profundos desequilíbrios. Primeiro, porque a educação é a base dos relacionamento sociais bons ou ruins; segundo, porque a

Reflexões sobre a escola

Temos visto e ouvido muitas reclamações de violência física e moral na escola. São cenas tristes como: professores agredindo alunos, alunos agredindo professores, briga entre alunos dentro e fora da escola, alunos que roubam a escola e outros colegas e assim vai! Pais, professores e diretores de escolas não sabem o que fazer para resolver o problema. É uma aflição só! Mas, tem solução? Se houvesse uma receita de bolo para se cuidar da violência escolar seria bem fácil resolver. No entanto, a situação requer mais atenção e carinho por parte das pessoas envolvidas no caso. Durante anos a fio a escola ignorou o seu papel social e limitou-se a ensinar de uma maneira que para uma determinada época foi válida. Para as escolas públicas bastava se preocupar em cumprir o currículo com os alunos; as particulares ocupavam-se do mesmo e acrescentavam também a questão comercial. Outra época! A comunicação era feita boca a boca, por rádio, televisão, jornal, revista e bilhetinho. Hoje há cri

O dia em que fazer funcionou

Teresa é daquelas professoras que não se acomodam ao sistema e não acatam subservientes o que a coordenação pedagógica estipula ou a direção escolar decreta. Está sempre procurando por soluções pedagógicas para os desafios diários da educação escolar. E porque é criativa, inovadora e dinâmica, vive às voltas com problemas com a burocracia do sistema educacional. Quando a secretaria de educação não sabe mais o que fazer apela para a transferência, e lá vai a Teresa para outra escola, sempre para uma escola pior, com mais problemas, como a violência, empurrada para a periferia da cidade, como se a nossa professora pudesse ser apagada, esquecida, cancelada. Mas ela não se entrega. E aconteceu que se deparou com altos índices de violência e desrespeito aos outros na escola de periferia para onde tinha sido transferida. Procurando soluções, encontrou na mediação de conflitos o melhor caminho. Propôs junto à direção a implantação da mediação de conflitos envolvendo p

Sol de verão em dia inverno

Problemas a resolver e dificuldades na vida todos nós temos, isso não é privilégio de ninguém. Agora, você pode deixar que os problemas e dificuldades paralisem sua vida, ou façam você desistir de um projeto, de um trabalho; ou pode, com suas forças, aprender com esses mesmos problemas e dificuldades, superando-os com o tempo, minimizando-os, sem perder a esperança de dias melhores e um futuro de acordo com os esforços que você está empreendendo para ter uma vida melhor. Com os professores não é diferente. Professor é um ser humano que lida com outros seres humanos, no caso, seus colegas de trabalho, seus alunos e os pais de seus alunos. Onde se reúnem seres humanos muitas vezes temos atritos, falhas de comunicação, ideias diferentes e, portanto, problemas e dificuldades a superar. A escola não é isenta de ter conflitos, mas os conflitos existem para serem entendidos, conversados e resolvidos. Rubem Alves dis que “Otimismo é quando, sendo primavera do lad

Escutatória pela vida

O Michel estava com 13 anos e era visto pelos professores como um aluno introvertido, de poucos amigos, pouco participativo nas atividades em grupo, mas com média inteligência e notas dentro da média esperada, nada excepcional nem frustrante. Muitas vezes passava despercebido pois não dava problemas, nada aprontava que merecesse maior atenção. Era mais um aluno no mar de alunos da escola. Contudo, naquele dia pesava o ar na escola, estava difícil respirar. E todos perguntavam: Como podia ser? Como ninguém havia percebido a tragédia que estava por acontecer? É que o Michel havia cometido suicídio, tinha se tirado a vida. Todos estavam arrasados e não sabiam muito bem o que fazer. Esqueceram que antes de ser aluno num mar de alunos, o Michem era um ser humano, uma pessoa com sentimentos, com uma história de vida. Nem seus sentimentos nem sua vida foram levados em conta pelos que fazem a escola, e assim não se deram conta dos sinais que vinha dando: isolamento, não participaç

Lá nas terras das minas gerais

Foi num evento educacional que conheci os amigos Cida e Tonheca e fiquei sabendo que eles estavam à frente de uma escola na cidade de Leopoldina, em Minas Gerais. Trocamos ideias e me convidaram para lá estar. E durante quinze anos ficamos indo para lá, vendo a escola crescer da educação infantil para o ensino fundamental, e depois para o CASA – Centro de Apoio Sócio-Afetivo, seu braço filantrópico e comunitário em ampla área arborizada que agora recebe também parte da escola. Qual é o diferencial do Centro Educacional Conhecer? É que é uma escola inovadora, no conceito e na prática. As turmas compõem ciclos de estudo e pesquisa, as professoras são orientadoras do processo de aprendizagem, os pais participam do processo pedagógico, entre outras coisas que fazem a diferença, não apenas metodológica, mas na filosofia educacional, pois virtudes e valores, humanização e participação estão presentes o tempo todo. Então nos perguntam se o Conhecer deve ser o modelo de escola a s

Navegar é preciso

Conversando sobre educação em programa televisivo através da internet, recebi a participação da Elizabete Alves, trazendo um pensamento fantástico onde embutiu uma importante pergunta: “ Navegar é preciso. Educar é mais preciso ainda. Onde escola e pais estão sem navegar?” Não temos dúvida que é preciso navegar, ou seja, viver a vida, se movimentar, realizar, não ficando no comodismo da zona de conforto. Um barco é feito para navegar, não para ficar guardado em terra firme, ou ancorado no porto sem jamais zarpar. Assim deve ser nosso viver, pois somos os que fazemos a vida. Também não temos dúvida que é preciso educar. Temos escrito sobre isso incessantemente. A educação das novas gerações é essencial. Toda transformação social passa pela educação das pessoas. Quando falhamos na educação temos uma sociedade que irá refletir em escala maior essa falha. Agora, onde escola e pais estão deixando de navegar? Tenho escrito e falado que tanto a escola quanto a f

Virtudes e valores

Já dizia o velho Aristides, professor que encontrei nos caminhos da vida, ele que tinha muito tempo de magistério trabalhando no ensino médio e no ensino superior, que “o melhor mestre é sempre o exemplo” . Não penso de outra forma. Quantos discursos professorais já vivi e que nada significaram, pois o discursador não era exemplo do que falava. E isso não acontece apenas na escola, mas igualmente na família. No desenvolvimento das virtudes e dos valores, hoje tão desprezado ou falseado, um forte equívoco dos educadores é insistir em comparar a capacidade de aprendizagem de uma criança com o de outra. É equívoco porque cada criança tem sua personalidade, seu ritmo de aprendizagem, sua história de vida. São individualidades diferentes, não são máquinas com a mesma programação, são pessoas, são seres humanos carregando inteligência e sentimento, e a comparação com o outro pode, em verdade, desestimular seu progresso, sua força de vontade. O educador, seja ele pai, mãe, prof